Miña história e relação com a Música Clássica
Na maior parte da miña infância, meu gosto musical se baseava basicamente no que meu irmão Naios ouvia ou recomendava. Começou com Rock tipo Avenged Sevenfold, Linkin Park, Good Charlotte e tals. Depois, foi pra Música Eletrônica com Skrillex, David Guetta, Avicii e pa. Por último, foi pro Rap, onde divergimos pela primeira vez, ele foi pra vertente do Rap enquanto eu fui mais pro Mumble Trap, até porque eu tiña feito 13 anos e essa é a época em que se começa a criar personalidade (no meu caso, se tornar um fdp).
Meu primeiro contato real com a Música Clássica, onde realmente parei para escutar, foi em 2020, quando o YouTube me recomendou a música "Love Dream" de Franz Liszt. Fiquei maravilhado, não só por ser feita com só um instrumento e ser tão diferente das músicas modernas, mas principalmente pela estética. Isso é algo que acho problemático em mim, ficar muito apegado à estética e ao idealismo, vou tentar explicar. Desde muito criança eu gosto de designs mais antigos, por causa do Assassin's Creed que jogava e pelo filme Sherlock Holmes que eu sou fã até hoje. Então, a Música Clássica foi a peça perfeita que faltava pra acrescentar nesse gosto. Eu me imaginava usando roupas daquele período (coisa que amo até hoje, que fique claro) e morando numa casa vitoriana (que soño até hoje, mesmo sabendo que nunca vou ter). Isso acontecia porque até pouco tempo, não gostava absolutamente de nada em mim, então idealizar a vida era o que podia fazer para me sentir bem, e eu fazia muito isso. (Outra hora comento sobre meus idealismos da vida.)
Por volta de 2022, quando comecei a me tornar uma boa pessoa de verdade e a ir cada vez mais pra esquerda (que coincidência), miña relação com esse gênero mudou. Antes, a Música Clássica era um meio de idealização e de me sentir superior aos ouvintes de outros gêneros e com diferentes culturas, uma ideia inerentemente racista. Agora, quanto mais eu estudo sobre música, mais vejo que essa visão é burra e preconceituosa, vendo que uma música do DJ Arana tem o mesmo valor que os concertos foderosos do Prokofiev. Percebi que a Música Clássica também é uma música proletária, mesmo que não 100% em sua origem, tal qual a maioria das formas de arte, e que ela foi sequestrada pela ideologia dominante assim como fizeram com o cristianismo ou a cultura greco-romana. Por isso mesmo é que eu nunca uso o termo "música de concerto" ou "música erudita" (eca).
Agora, teño uma certa repulsa por compositores europeus mais famosos, me incomoda essa repetição eterna dos mesmos compositores, tipo Mozart, Beethoven, Chopin, Bach, Vivaldi e cia... que tédio. Busco cada vez mais coñecer compositores latinos, asiáticos e europeus mais diferentões, tipo o amor da miña vida, Erik Satie ♡.
2/06/2024 06:43:00 AM [blogger]